A linguagem científica está relacionado ao padrão de escrita que os autores de textos científicos se utilizam para poder transmitir informações científicas. Na leitura de um artigo ou trabalho científico percebe-se que há uma série de padrões de escritas que são seguidos para que a informação seja transmitida. Muitos autores se confundem na hora de escrever um texto científico, devido a esse texto possuir algumas características que os diferem de textos literários. Devido a isso, esse texto irá chamar a atenção para algumas dessas características que precisam ser consideradas na escrita desse texto.
Um texto científico deve ser escrito de forma objetiva. Essa escrita implica que o texto precisa ser imparcial. Isso indica que a informação deve ser apresentada de forma a refletir a realidade sem a influência de qualquer crença do autor/leitor. Um erro bastante comum em textos científicos é a utilização de pronomes pessoais de 1ª pessoa (eu, nós) na construção do texto. É relativamente comum quando se está começando a escrever artigo, escrever frases como “Nossa proposta utiliza / Eu obtive os seguintes resultados”. Tais frases poderiam ser modificadas para “A proposta utiliza / Os resultados obtidos foram” sem ter nenhuma perda para a mensagem a ser transmitida e mantendo o rigor da escrita científica. O uso da subjetividade é uma característica de textos literários, esses textos permitem que o autor expresse a sua opinião acerca do assunto e influencie o leitor.
Por ser objetivo, o texto científico apresenta uma uniformidade na sua escrita, isso permite que não haja mais de uma interpretação, permitindo que a mensagem seja passada de forma única para qualquer leitor. Nesse sentido, Joseph Gusfield o comparou com uma vitrine que apresenta o outro lado (o conteúdo) de forma clara e nítida. Devido à busca dessa nitidez, há uma grande aversão no meio científico na utilização de figuras de linguagens, como a metáfora. Apesar disso, Ciapuscio [2] fez um contraponto sobre o uso dessa figura de linguagem no viés científico, chegando a indicar o uso dela para facilitar a transmissão do conhecimento. Segundo ele, o uso da metáfora “O DNA é um código genético” permitiu que fossem abertos campos de pesquisa na área. Apesar desse exemplo, de forma geral, assim como disse o autor do texto citado, o uso de alguns tipos de metáforas acabam sendo mal visto no meio científico.
Por fim, outro ponto que deve ser considerado quando estiver escrevendo um texto científico é a sua finalidade. O texto científico deve ter como propósito transmitir para o leitor os resultados obtidos pelo experimento ou esclarecer um fenômeno estudado. Em nenhum momento o texto deve perder esse viés e tentar entreter ou enlevar o leitor, esses sentimentos são intrínsecos de textos literários.
Nesse texto foi feito uma comparação da linguagem científica e a linguagem literária a partir de algumas características encontradas nessas duas escritas. O texto científico apresenta um rigor que lhe obriga a ser escrito de forma clara e sem a subjetividade do escritor. Esse rigor se faz importante para que a ciência não seja contaminada por crenças ou dogmas do leitor, ou escritor.
Referências
Duarte. V. M. N. Diferenças Entre Redação Científica e Redação Literária. Brasil Escola. Disponível em: < https://monografias.brasilescola.uol.com.br/regras-abnt/diferencas-entre-redacao-cientifica-redacao-literaria.htm> . Último acesso: 28 de julho de 2020.
CIAPUSCIO, G. E. Metáforas e ciência. Ciência Hoy, v.13, n.76, p.60-66, ago/set 2003. Disponível em <http://www.educacaopublica.rj.gov.br/biblioteca/fisica/0005.html >. Último acesso: 28 de julho de 2020.